terça-feira, 1 de maio de 2018

Os linchadores do Benfica

Penta meu descarado, que te partiste
Tão de repente desta Liga inclemente
Repousa lá no Porto sofridamente
E viva eu no Benfica sempre em riste
(Com mil perdões Ao Luís de Camões pela modificação da estrofe)
Estão em todo o lado física e digitalmente (que festival vituperante nas redes sociais! Que raivas invadem blogs e facebooks!), os benfiquistas exaltados e despentados, são uma multidão ululante e linchatória, toda a gente com a mesma mesma mensagem punitiva em seus diferentes formatos: deitem abaixo o Rui Vitória, o Luís Filipe Vieira, os vice-presidentes, o Luís Bernardo, o Domingos Soares de Oliveira, os tipos do SCP supostamente infiltrados na direção, o Mil-Homens da formação, deite-se abaixo de imediato o conjunto de obras visando o futuro do Benfica na formação desportiva e académica, rebente-se com o betão (palavra amada pelos irados e cavalos de tróia) do LFV, arrase-se tudo o que impediu e impede o penta. Abaixo o futuro, acima o presente imediato! Que se lixe o trabalho de longo alcance, vivamos o trabalho de curto alcance! Queremos os segundos, não as horas! Queime-se o Vieira! Degole-se o Rui Derrotas! Vergaste-se o tipo que trata da contabilidade do Benfica!
A multidão exige sangue novo, o fim do ciclo vieirista, o Marco Silva para treinador, um presidente do tipo Rui Gomes da Silva (um ambicioso que quer dar cabo do Benfica e já anunciou querer ser presidente do clube, apoiado por um certo blog cavalo de tróia ao serviço dos adversários), um director fanfarra-megafone, imite-se o ruído comunicacional dragarto, crie-se uma atmosfera à semelhança da Famigerada Aliança (Padrinho, Mestre Ubu, Non Solvente e SóRaiva), compre-se imediatamente um naipe de grandes jogadores caros, se necessário compre-se mesmo o Ronaldo. Custa caro, vale muito dinheiro? Isso não conta, os empréstimos obrigacionistas estão à mão de semear, dívidas não contam quando os ganhos simbólicos são enormes e os bancos fecham os olhos. Para quê abater o passivo, reduzir a dívida com quase 100 milhões de euros que dariam para comprar bons jogadores, para quê vender jogadores para acabar com o passivo se o futebol de onze não está activo e ganhador? Isso já passou de moda. De tanga sim, mas com campeonatos ganhos.
Felizes e rindo-se até mais não poderem, estão os criminosos externos e seus aliados cavalos de tróia, os verdadeiros corruptos, aqueles que, das mais variadas formas vis, andam há anos a tentar aniquilar o Benfica, a quebrar-lhe a auto-estima, a fazer em fanicos a honra e o orgulho com crimes em flagrante delito sem que a justiça actue. Derrubaram a paliçada do clube e da marca, o resto do trabalho está agora a cargo dos adversários internos, dos próprios benfiquistas, dos seus linchamentos endógenos transformados em festa catártica, da sua política de terra queimada.
Os heróis de ontem são os vilões de hoje. Instáveis, os adeptos não querem saber dos ciclos que as equipas atravessam em suas vidas, dos momentos bons e maus dialecticamente inscritos em qualquer desporto e em qualquer época. Não lhes interessa a vida e as vitórias como processo. O que querem saber é de ganhos imediatos. Ontem batiam palmas, hoje lincham.
O Benfica só pode ser futebol e vitória - vocifera a multidão! Viva a parúsia futebolística no Benfica! E obrigue-se o Carlos do Carmo a mudar a letra da canção pois com Vieira a morte da andorinha é a morte da primavera - exigem, definitivos, os linchadores do Benfica.

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