segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A ingenuidade paga-se caro

Quando lemos, ouvimos e vemos o que diz respeito ao Benfica, de imediato verificamos que o futebol de onze da Liga A e Rui Vitória constituem o grosso das preocupações de vários tipos de pessoas. O desejo imediato de muita boa gente e, em particular, dos ardentes Velhos do Restelo, consiste em exigir a saída de RV para que o Benfica, reoxigenado com um novo treinador, volte a jugar futebol "como deve ser". Por outras palavras, neste Benfica de RV só este importa despedir. A chamada crise do clube bate sempre à porta de RV. Os adeptos deste tipo de preocupações apenas pensam no futebol de onze da Liga A e na mudança de treinador. O resto da ampla Casa que é o Benfica - o Benfica das modalidades, o Benfica do Seixal, o Benfica da formação, o futuro Benfica com formação académica - é para eles sem importância. O treinador é tudo.
Porém, as coisas são mais complexas.
Na verdade, é possível considerar mais dois tipos de preocupações para além de RV.
O segundo tipo é formado por aqueles que exigem a saída de RV e, especialmente, de LFV. A trave mestra deste tipo de exigências consiste em acabar para sempre com o futuro assente no Seixal, com a política do "betão", como jocosamente sustentam, por exemplo, os operacionais da quinta-coluna, certos comentaristas ociosos e certos papagaios de certas tvs. Política do botão significa acabar com a formação, com a preparação académica. O fundamental neste círculo remete para a concepção de um Benfica do futebol de onze caro, com jogadores comprados a preço de ouro, mesmo que isso rebente com a saúde das finanças do clube. A ostentação é aqui o mote.
O terceiro tipo de preocupações centra-se na exigência de demissão de toda a direção do Benfica. Aqui, a ideia é criar um Benfica refeito de alto a baixo, sem os olhos no Seixal e das modalidades.
Portanto, a chamada crise do Benfica tem três tipos de exigências e esquecer isso é pagar cara a ingenuidade.

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