quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Paladinos da "verdade desportiva"

O clube da fruta, abnegado defensor da verdade desportiva, emitiu um comunicado dizendo que não pagara os emails do Benfica e que a sua divulgação através do director de informação e comunicação visava o direito a informar e a ser informado e a lutar pela verdade desportiva contra "práticas desportivas irregulares e eventualmente criminosas". Por sua vez, os advogados do hacker emitiram também um comunicado argumentando que o seu cliente adorava futebol e fazia parte de um grupo que pugnava pela verdade desportiva. 
Por outras palavras: para ambos os lados os criminosos são do Benfica, esses lados são puros. O roubo informático nada vale e perde, até, essa malignidade, desde que se atinja a dita verdade desportiva. Roube-se, invada-se a privacidade, deturpe-se, proceda-se ao acesso ilegítimo, ofenda-se a pessoa coletiva, viole-se o segredo de outrem: isso não é crime, é - defendem os dois lados em seus comunicados - unicamente maneira de chegar à dita verdade desportiva.
Entretanto, os crimes apontados pela judiciária - extorsão qualificada na forma tentada, acesso ilegítimo, ofensa a pessoa coletiva e violação de segredo - podem gerar até dez anos de prisão.

Sem comentários:

Enviar um comentário