quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Todo o sistema complexo é instável

Gente, provavelmente muita gente, ficou triste com o resultado do jogo de ontem entre o Benfica e o modesto Paoc. Pelo que se pode ler, não são poucos os que não acreditam que o Benfica possa transpor esta eliminatória. Descrentes, benfiquistas de curto alcance e fundamentalistas estão tristes. Os adversários locais claro que estão felizes e até o meloso Cintra faz fé impoluta em que os bardas/torres vão ganhar na Luz. No ínterim pede-se a cabeça de RV e, por extensão, de LFV.
Neste tipo de história há sempre muitos treinadores digitais e de bancada que apontam dedos em riste às causas dos desaires. Sim, tudo é sentido como desaire no resultado do jogo de ontem. O digital A Bola até tem um título sugestivo: "Bilhete para a Champions não se tira com semelhantes desperdício..." O Ferreyra isolado, os extremos sem eficácia, carência de remates ou remates fora do alvo. E foi Pizzi, uma vez mais, a salvar um pouco a honra do convento marcando um golo num jogo em que a goleada - exacto, goleada - poderia ter acontecido. Eventualmente faz muita falta o Jonas. Eventualmente há muita coisa por acertar na frente de ataque, eventualmente está errada a persistência de RV em colocar um avançado isolado lá à frente à procura de um passe e da bola, cercado por defesas contrários, Ferreyra que parece não ter a craveira do Jonas.
Mas jogar à bola não é, de forma alguma, uma linha contínua sem bifurcações. E o Benfica muito menos. Todo o sistema complexo é instável. Os desaires são parte integrante dos êxitos. Derrotas e empates são um com as vitórias. As possibilidades nunca estão fechadas. Portanto nada contraria por agora a crença de que o Benfica marcará na terra de Aristóteles passando a eliminatória e de que no sábado vencerá o clube dos bardas/torres/cintras.

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