O Benfica empatou ontem e, de imediato, vieram a terreiro os apostoleiros da desgraça. Definitivos, solenes, gesticulando em tom trágico, os demóstenes de bairro apostrofaram: este Benfica está à deriva, perdeu o norte, rua com Vieira e Vitória, contas falsas, reforços evitados. À onda de apostoleiros (não confundir com apóstolos) escaparam muito poucos. Um desses poucos foi o sereno autor ou a serena autora de um texto excelente no blog O Indefectível, consulte neste link aqui (o meu muito obrigado a quem mo sugeriu).
No roteiro dos apostoleiros há duas coisas a ter em conta: a primeira é a de considerar como desaire total um empate ou uma derrota no campo de um adversário que - no caso vertente - possui um campo dito de futebol que parece ter saído de uma guerra nuclear; a segunda coisa tem a ver com a concepção de que o destino de equipas como o Benfica, o Sporting e o Porto é o de ganharem sempre, sendo os empates e as derrotas considerados um atentado ao bom senso e à lógica redonda da vida. Esta segunda coisa tem a ver com a permanente desqualificação efectuada pelos críticos de sofá e os treinadores de salão às equipas consideradas pequenas, consideradas como sacos de treino dos considerados grandes da liga.
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