domingo, 7 de janeiro de 2018

Reforços de casa não fazem milagres


Pensem um pouco (basta um pouco) na quantidade de ânsias e de textos e de treinadores e de presidentes de clubes e de comentaristas de redes sociais e de jornalistas e de exigências e de penares e de deuses menores que têm nos reforços o divisor de águas entre o bom e o mau, entre a vitória e a derrota no rendimento e na história das equipas de futebol. Em Portugal a mentalidade dos reforços é matoMas não é apenas nem principalmente mato em si. É mato por se considerar reforço o jogador que vem da estranja. Reforçar uma equipa de futebol consiste em comprar jogadores estrangeiros. Se se é rico compra-se o caro; se se é pobre compra-se o barato. Ou vem de Espanha ou vem da Croácia. E a prata da casa, não há reforços na prata da casa? Claro que não, reforços de casa não fazem milagres, defendem os abnegados reforçadores. Em Portugal a desportugalização dos reforços é mato. E isso extravasa o perímetro do futebol de onze. A mentalidade do aldeão fascinado com o néon da estranja é mato.

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