quarta-feira, 21 de março de 2018

A construção social do tribalismo na dupla FCP/SCP


Se estudarmos, um pouco que seja, os textos produzidos por porta-vozes do FCP e do SCP nos seus boletins informativos e nas redes sociais e as intervenções feitas nas tvs, rapidamente nos apercebemos de uma lei básica, a mais primária das leis humanas, a estrutura bipolar das fronteiras com o seguinte imperativo: somos os únicos, os melhores, os puros, os vencedores, os integrais.
Tudo o que é benficamente exterior é estrangeiro, sujo, perigoso, ofensivo, amaldiçoado, falso, corrupto. Nenhuma ponte levadiça é aberta ao Benfica, todas as portas lhe são fechadas. Quanto maiores são as dificuldades de ordem vária, especialmente financeiras, mais os dois clubes exacerbam os motivos e os signos identitários, extremando e irradiando a intolerância e o ódio a todos os níveis.
A razão suicida-se, a emoção rancorosa ocupa o seu lugar. O Benfica deixa de ser um adversário para tornar-se um inimigo para abate. É muito raro encontrar intervenções dos presidentes e dos directores de comunicação dos dois clubes que não contenham o Benfica como alvo. Sem o Benfica como inimigo eles deixariam de existir. É o Benfica que os mantém vivos, é o Benfica o motivo que os conduz a irradiar pelos adeptos e pelas claques a mensagem da intolerância e da violência punitiva.
Aguardem o próximo post, intitulado "A construção social da inveja e do narcisismo no SCP+FCP".

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